quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Piracema de palavras







Corre dentro de mim um rio caudaloso de palavras, que salta como os peixes na época da piracema... barulhentas, apressadas, como crianças que correm no primeiro dia de aula para pegar o melhor lugar na classe.
E eu, como todo pequeno escritor, aprisiono-as dentro de meu peito, deliciando-me pela revolução que elas causam em mim... gritando, querendo verbalizar aquilo que ainda n'ao est[a pronto. Mas n'ao me irrito com elas, tal como um pai carinhoso entendo sua pressa e procuro acalma-las. As ideias aparecem-me, imploram-me pela liberdade de expressão, porém mantenho-as encurraladas um pouco mais para sentir o prazer de ser o seu libertador.
Então, como senhor, senhorio, dou vazão a uma profusão de sentimentos que, traduzidos pelas letras que se juntam ao leve toque de meus dedos as teclas do computador, liberta o que antes era só pensamento.
E esse rio dentro de mim cria ambientes novos, brinca com as situações e alaga com grande sabedoria o terreno árido e outrora morto.

Fernando Davila


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