NÃO PRECISAMOS DE EDUCAÇÃO
NÃO PRECISAMOS DE PROFESSORES.
AFINAL....
PARA QUE PRETENDER SER UM PAÍS DE 1° MUNDO SE ASSIM ESTÁ BOM?
Ronaldinho Gaúcho: R$ 1.400.000,00 por mês.
"Homenageado na Academia Brasileira de Letras"... LETRADO ELE!!!! QUAL O LIVRO QUE ELE JÁ LEU?
Tiririca: R$ 36.000,00 por mês, fora os auxílios e mordomias;
"Membro da Comissão de Educação e Cultura do Congresso"...COMO DIZEM OS GAUCHOS:
- TCHÊ... QUE TAL?
TRADUZINDO, O SALÁRIO DO PALHAÇO AÍ, PAGA 30 PROFESSORES E, PARA AQUELES QUE ACHAM QUE EDUCAÇÃO NÃO É IMPORTANTE, CONTRATEM O TIRIRICA PARA DAR AULAS PARA SEU FILHO.
Um funcionário da Sadia (nada contra) ganha hoje o mesmo salário de professor iniciante, levando em consideração para trabalhar na empresa você precisa ter o fundamental, ou seja, de que adianta estudar, fazer pós e mestrado?
Piso Nacional dos professores: R$ 1.187,00...
Moral da História:
Os professores ganham pouco porque só servem para nos ensinar coisas inúteis como:
ler, escrever e pensar.
Sugestão:
Mudar a grade curricular das escolas que passaria a ter as seguintes matérias:
- Educação Física: Futebol
- Música: Sertaneja, Pagode, Axé
- História: Grandes Personagens da Corrupção Brasileira
Biografia dos Heróis do Big Brother
Evolução do Pensamento das "Celebridades"
- História da Arte: De Carla Perez a Faustão
- Matemática: Multiplicação Fraudulenta do Dinheiro de Campanha
Cálculo Percentual de Comissões e Propinas
- Português e Literatura:
??????????????????????? Para quê??????????? ???????????
- Biologia, Física e Química:
Excluídas por excesso de complexidade
Olha o absurdo no Rio de Janeiro (que não é diferente no resto do Brasil)
BOPE R$ 2.260,00........................ para Arriscar a vida;
BombeiroR$ 960,00.....................para Salvar vidas;
ProfessorR$ 728,00.....................para Preparar para a vida;
MédicoR$ 1.260,00.......................para Manter a vida;
E o Deputado Federal?
Ganha R$ 26.700,00 para FERRAR a vida de todo mundo!
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
O tempo é inexorável!!! COMENTEM.
Fases de um Professor
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AS PÉROLAS DO ENEM 2011
PENSOU QUE ESSE ANO NÃO TINHA?! DEMOROU MAS CHEGOU: AS PÉROLAS DO ENEM
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É
preciso vez e voz
Médicos, doutores, advogados,
professores. Independente da profissão abraçada pelas pessoas, todas elas
precisam de um profissional competente, o professor. Nenhuma nação terá bases
sólidas se não prestigiar o campo da docência. Mas como explicar , então, essa
perda de prestígio, essa fragilidade que se apoderou, que adoeceu, que
acovardou os professores? Por que a sociedade acredita que eles não precisam de
grande formação, que são medíocres?
Essa chaga começou a se delinear quando
profissionais de áreas distintas, que nada têm a ver com a Educação, se acharam
no direito de analisar as questões educacionais sem terem conhecimento de
causa, desconhecendo a realidade dos fatos. O que é mais intrigante ainda é que
um profissional formado na área de docência, uma área específica como a Língua
Portuguesa, não pode atuar em um tribunal para defender um acusado perante a
lei, mas um advogado que se bacharelou na
área do Direito pode assumir uma sala de aula, ministrar conteúdos específicos
e assinar os diários como se fosse algo trivial.
Quando ocorrem debates sobre
a Educação, alguns pedagogos de escrivaninha e pseudo-psicólogos , que têm
formação mas não tem experiência, apegam-se às teorias de Piaget e começam a
idealizar o sistema perfeito, sem máculas. Isso é bonito nos enredos de Hollywood, em que um professor assume uma
sala de aula problemática e consegue reverter a situação como se fosse algo banal, fácil. Esses tipos de enredo afirmam,
nas entrelinhas, que falta competência às instituições e aos professores. Essa
é a verdadeira hipocrisia social. Os docentes nunca são chamados para falar
sobre seus anseios, seus sucessos e seus fracassos.
O problema da educação no
Brasil e quiçá em partes do mundo só vai começar a se resolver quando os
PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO tiverem vez e voz. Ninguém melhor que eles, que vivem
no cotidiano da sala de aula, o paradoxo de ser conselheiro, psicólogo,
professor, educador, engenheiro intelectual e sonhador. Só quem experimenta a
realidade, pode falar com propriedade sobre o assunto.
Fernando Augusto D’Ávila (PROFESSOR)
Basta que me olvides
Já era madrugada e o sono não chegava. Um incômodo grande fazia com que
a cama se tornasse grande e desconfortável. Olhava para o teto. Sentia-se
sozinha, embora seu marido estivesse ali, do lado. Ele dormia. Parecia que
estava tudo certo, mas para ela a sensação de solidão era tremenda. Por onde
andaria aquele amor arrebatador que a fazia perder o fôlego, a sensatez? Havia
se perdido pelos labirintos da existência, escapado pelo vão dos dedos como a
água teimosa que se derrama em sua sede de liberdade.
O silêncio da madrugada era seu cúmplice
ou seu carrasco? Ao seu lado, o ilusionista dormia o sonho dos anjos. Ou seria
o sonho dos demônios? As lágrimas rolavam molhando o travesseiro. Precisava
chorar para esvaziar a si mesma, da angústia, do medo, expulsar o desamor de
seu coração incrédulo. Acordaria com o rosto todo deformado no dia seguinte,
mas não tinha problema. Precisava chorar, era necessário. As lágrimas
represadas não combinavam com o deserto que se fazia em seu coração.
Caminhou até o baú onde estava o resto de
sua vida, fragmentado em poemas, cartas e cartões. Acreditava que ali estava
sua época de felicidade. Leu um por um. Uma névoa de lembranças a envolveu e por um momento sorriu distante.
Apegada ao passado, queria por tudo, se pudesse, vivê-lo novamente, para voltar
ao dia em que ele chegou e disse que não dava mais. Ela implorou para que ele
ficasse, não poderia viver com sua ausência. Implorou, pisou em seu orgulho,
lançou fora seu amor próprio para que ele ficasse. Com muito pesar, resolveu
ficar. Dormiram na mesma cama, mas ela estava sozinha com sua dor e humilhação.
Se pudesse
voltar, diria a ele que se fosse. Pudesse naquele instante o futuro se
descortinar como uma nuvem de fumaça, como uma névoa que se vai quando chega o
Sol com sua exuberância. Se soubesse o que lhe reservaria o futuro, teria chorado
tudo de uma vez, morreria aquele dia aquele amor bandido. Mas não, insistira e agora morria um pouco a cada dia,
sufocada pela indiferença e pela insatisfação.
Vivia a frustração de sua abstração.
Foi até o quarto novamente, olhou para
aquele corpo que repousava impassivo, ressonando em seu travesseiro . Vivia um
paradoxo, queria a sua ausência, mas não suportava a idéia de vê-lo partindo
com suas malas e ela ficando, sozinha. Sentia pena. Por onde ele andaria em sua
ausência? Quem lhe daria guarida em suas noites de desamparo e solidão? Ele era
um coitado e não ela. Era sim. Ela era forte o bastante para reconstruir a sua
vida em outro lugar, outro espaço que fosse só dela. Chorou mais uma vez a
despedida antecipada. Ligou o rádio que
tocava a música de Ricky Martin, Talvez. A letra era muito parecida com
a sua dor.
Voltou ao quarto onde estava o
guarda-roupa, pegou a sua mala. Dobrou cuidadosamente peça por peça. As
lágrimas caiam, mas estava decidida. Ele não poderia deixá-la, mas ela poderia
abandoná-lo. Haveria de reconstruir a vida em algum lugar, longe, onde não
houvesse a possibilidade de encontrá-lo novamente. Não queria mais respirar o
mesmo ar daquele amor que a envenenava e lhe despertava o deserto de sua vida.
Não pegou muita coisa, apenas o necessário para partir.
Foi ao quarto, olhou mais uma vez o corpo
do companheiro na penumbra, simulou um beijo saudoso e partiu rapidamente para
não correr o risco de desistir mais uma vez.
Não deixou nenhum bilhete, nenhuma
explicação. Partiu como quem morre de repente. Saiu pela rua deserta, a brisa
da madrugada a beijar-lhe o rosto. Olhou com amor para aquela rua que tantas
vezes testemunhara a sua solidão. Guardou cada pedaço dentro de si. Virou a
esquina e definitivamente deixou o sofrimento para trás. Chamou o táxi. Partiu,
para a vida.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Piracema de palavras
Corre dentro de mim um rio caudaloso de palavras, que salta como os peixes na época da piracema... barulhentas, apressadas, como crianças que correm no primeiro dia de aula para pegar o melhor lugar na classe.
E eu, como todo pequeno escritor, aprisiono-as dentro de meu peito, deliciando-me pela revolução que elas causam em mim... gritando, querendo verbalizar aquilo que ainda n'ao est[a pronto. Mas n'ao me irrito com elas, tal como um pai carinhoso entendo sua pressa e procuro acalma-las. As ideias aparecem-me, imploram-me pela liberdade de expressão, porém mantenho-as encurraladas um pouco mais para sentir o prazer de ser o seu libertador.
Então, como senhor, senhorio, dou vazão a uma profusão de sentimentos que, traduzidos pelas letras que se juntam ao leve toque de meus dedos as teclas do computador, liberta o que antes era só pensamento.
E esse rio dentro de mim cria ambientes novos, brinca com as situações e alaga com grande sabedoria o terreno árido e outrora morto.
Fernando Davila
NÃO SE ENTREGUE
Vi a tristeza pela janela de seus olhos
Uma dor, uma ausência , uma saudade.
Vi a sua alma na penumbra, solitária
Contrastando com as luzes da cidade.
Na ausência do calor de seu sorriso,
Nas suas retinas mirando o infinito.
Nas portas entreabertas de sua alma
Quase percebi um mudo grito.
O triunfo na odisseia de viver
consiste em persistir um pouco ainda.
Uma Diva de sua espécie é coisa rara
Não desista, pois a vida não é finda.
Se o Sol hoje se esconde entre as nuvens da tristeza
se as lágrimas te impedem de contemplar a imensidão.
Não se entregue, não desista, solte o grito da garganta
Tudo é possível ao que crê, basta ter opinião.
Fernando Davila
Sem escolhas
Aproveito a oportunidade para perguntar a você: Escolheu filho de quem queria nascer?
Foi-lhe perguntado se queria ser brasileiro? Estrangeiro? Francês, japonês ou javanês?
Perguntaram se queria ser homem ou mulher?
Foi-lhe inquirido acerca de seu nome?
Benedito, João, Inácia ou Ivone?
Pediram-lhe sugestão sobre a cor de sua pele?
A testura do cabelo, se liso, crespo ou ondulado?
O formato de seu rosto, redondo ou quadrado?
Seu olho claro ou escuro, verdadeiro ou dissimulado?
Não, ninguém pôde escolher. Isso nos foi imposto, empurrado, decidido e acabado.
As coisas anteriores ninguém pôde questionar.
Mas você pode escolher,
Entre ser feliz e sofrer.
Você pode escolher seus amigos, seus relacionamentos,
Com quem vai repartir seus momentos.
Escolha pela sua preferência: cor de pele, dos olhos, cabelos.
Se sorridente ou lisonjeiro
se déspota ou cavalheiro. É você quem decide.
Só há uma coisa que quero lhe sugerir:
Independente se é Antônio, Eduardo ou Beatriz:
Não abra a mão de ser feliz.
Fernando Davila
Amor em desalinho
Cada vez que você sai eu penso que é pra sempre.
Desfaleço, quase enlouqueço,
fico um trapo.
Sua ausência me perturba,
tripudia, me tortura.
Entro e saio, bato a porta
pego o carro.
Choro pelas coisas que nos fizemos, pelas mágoas tatuadas,
pelo silêncio quebrado,
pelas lembranças guardadas.
Em meu rosto, as marcas da falta que você me faz.
Rancoroso faço sua mala,
arrumo suas coisas, digo que dessa vez é pra valer,
tem que ser.
Mas guando vejo seu vulto no portão,
sua silhueta no vidro da porta,
meu peito grita enlouquecido,
o que você fez já não importa
não precisa pedir perdão, eu já tinha até esquecido
e me pergunto em desalinho o que foi que você me fez?
Eu já nem sei.
Fernando Davila
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
É preciso voar acima dos problemas
Sobre as águias aprendi que elas vivem até os 70 anos, mas que aos 50 já saem de cena. O bico fica endurecido, as unhas perdem sua função de garras e as penas envelhecidas dificultam nos voos rasantes. Então, retiradas no cume das mais altas montanhas, começam um ritual de autoflagelação.
Destroem o bico envelhecido para que possa nascer um novo e assim sucessivamente. Após essa parada no pit stop da vida, voltam à ativa até perderem a partida contra o tempo, que é o senhor absoluto de todas as coisas.
Quando minha amiga relatou-me esse fato, pensei que o ser humano muito poderia aprender com a natureza. Mas como o homem pode refugiar-se dentro de si mesmo? Poderia esconder-se nos labirintos de suas fraquezas, medos e ansiedades? A incerteza é um grande cânion dentro de cada ser, seus paredões amedrontam. Por vezes é possível enxergar além do abismo das dificuldades. Uma tênue luz de esperança parece nos acenar com seus dedos brancos, finos e frágeis. É um alento. Mas logo escurece. E os olhos ameaçadores das dúvidas nos apalpam, frios e rijos.
Quisera ser como a águia, voar acima das nuvens, ter uma visão panorâmica da situação e refugiar-me nas montanhas sólidas da certeza. Mas o máximo que consigo é escalar a floresta de desculpas que plantei dentro de mim. São árvores que cresceram no decorrer de minha curta existência, que foram regadas dia a dia e fortaleceram-se. Seus caules ficaram grossos, resistentes e perdi-me em suas copas frondosas e agora quase morro de frio em suas sombras opulentas.
Preciso encontrar o mapa com todas as saídas possíveis e imagináveis. Mas, antes de voar, é necessário desmatar para enxergar o céu, acreditar e ser feliz.
Fernando Davila
FÁBULA
De intenção pedagógica, tem por objetivo transmitir noções de moral e ética. Suas personagens geralmente são animais, a estrutura é simples e tem curta duração. Quando as personbagens são objetos inanimados, a fábula recebe o nome especial de APÓLOGO. Esse modo narrativo originou-se na GRÉCIA e perdura até hoje.
Seu criador foi um escravo chamado ESOPO, que usava essa alegoria para denunciar a opressão sofrida pelo trabalhador, mas sem ir de encontro com o senhor dos escravos.
Seu criador foi um escravo chamado ESOPO, que usava essa alegoria para denunciar a opressão sofrida pelo trabalhador, mas sem ir de encontro com o senhor dos escravos.
O
Avarento
Autor: Esopo[1]
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Um avarento tinha enterrado seu pote de ouro num lugar
secreto do seu jardim. E todos os dias, antes de ir dormir, ele ia até o ponto,
desenterrava o pote e contava cada moeda de ouro para ver se estava tudo lá. Ele
fez tantas viagens ao local que um Ladrão, que já o observava há bastante tempo,
curioso para saber o que o Avarento estava escondendo, veio uma noite, e
sorrateiramente desenterrou o tesouro levando-o consigo. Quando o Avarento descobriu sua grande perda, foi tomado de aflição e desespero. Ele gemia e chorava enquanto puxava seus cabelos. Alguém que passava pelo local, ao escutar seus lamentos, quis saber o que acontecera. "Meu ouro! Todo meu ouro!" chorava inconsolável o avarento, "alguém o roubou de mim!" | |||||
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O momento de cada um
CRÔNICA: Trata-se de um texto híbrido, que nem sempre apresenta uma narrativa completa; e pode comentar, analisar e descrever de maneira leve os fatos do cotidiano.
Deveria ser um
sábado como outro qualquer, não fosse época de copa do mundo. Casas, fachadas
de prédios e condomínios todos enfeitados
com as cores que colorem a honra desta pátria tropical. Churrascadas
regadas a muita cerveja gelada. Amigos reunidos perto da piscina. Fogos, muitos
fogos. A alegria era contagiante. Era a revanche contra a seleção francesa,
aquela que em 1998 havia tirado o troféu das nossas mãos com três tiros
certeiros de um franco atirador chamado Zenedini Zidanne. De fato, aquela tarde
de sábado não era como os demais. Todos
os torcedores respiravam e transpiravam vingança. Ela viria. Cavalgando nas
asas da esperança, vestida de verde e amarelo. Vestida para vingar.
De repente o
celular tocou. Olhei na bina. Era a minha sobrinha. Não deveria ser nada grave,
ponderei. Mas era. Ligou me convidando para levá-la a um velório.A mãe de uma
amiga havia falecido. Na hora pensei, da maneira mais egoísta possível, “vou
perder o jogo. Justo agora? Por que esse defunto não escolhera uma hora mais
apropriada para resolver refinar a rapadura?” Muito a contra gosto acatei a
intimação e sai para o meu compromisso fúnebre. Eu não conhecia o defunto, mas isso não tornava o nosso
deslocamento até o local menos pesaroso.
Quando chegamos à capela , havia um movimento
considerável de carros e transeuntes. A consternação era total. Havia mais
pessoas lamentando a ausência física de outros entes queridos que também haviam
partido sem querer.
À
entrada, dois Querubins com suas cornetas pareciam tocar para despertar aqueles
que dormiam sem sonhar. O brilho das lajotas contrastava com a ausência de
vaidade entre aqueles que choravam. Abraços apertados tentavam amenizar a dor
que vinha de dentro, dilacerante, aguda, fria. As palavras eram poucas para
consolar, então o calor dos corpos unidos fazia era um remédio quase eficaz.
Enquanto a
minha sobrinha cumprimentava a família enlutada, eu fiquei caminhando por entre
as pessoas. Naquele momento pensei que deve ser verdade mesmo que todo encontro
com a morte é inesquecível, porque deixa
marcas profundas de uma dor intensa e inconfundível, a dor da perda. Choramos
quando perdemos, porque Deus nos criou para sermos vencedores. Por mais que
tentemos administrar as subtrações em nossa curta existência, o gosto
amaríssimo da derrota nos faz enxergar o quanto somos limitados e finitos.
Perto do
salão principal havia um tanque onde peixes ornamentais nadavam de um lado para
outro, alheios à despedida que acontecia
. Subiam à superfície, comiam a ração e voltavam ao marasmo de sua vida
pisciana. Ali não havia predadores, portanto, não havia motivos para
preocupação.
De
repente, no condomínio ao lado, os fogos começaram o seu espetáculo barulhento
e acinzentado. Gritos eufóricos invadiram o ambiente de dor . Ante aquele
acontecimento, percebi que duas realidade se encontravam da maneira mais sórdida possível. De um lado,
a dor dos que haviam perdido os seus queridos e do outro lado do muro, a
alegria daqueles que esperavam uma vitória que não viria. Duas multidões. Uma
chorava os seus mortos. A outra choraria o fracasso de uma revanche maldafada.
A seleção canarinho também seria abatida, não por uma foice, mas por um torpedo
saído dos pés de um discípulo de Zidanni chamado Thiery Anry. A França mais uma vez mostraria que o Velho
Mundo não se renderia à pátria de chuteiras.
O que há de
comum nas duas situações? A vida é um grande jogo que não dura apenas noventa
minutos. Todos participam dessa partida. Dão sangue, literalmente. Mas não há
substituições. Cada um deve jogar
exatamente o tempo que lhe for determinado.. Não há prorrogações e o cronômetro
não pára. Não existe bola fora. Córner. Lateral. Todas as bolas e jogadas,
todos os lances devem ser aproveitados. Nesse jogo não se pode dar ao luxo de
administrar bolas perdidas. Cada um joga a seu modo e quem não aproveita os
lançamentos, corre o risco de abandonar a partida antes da hora prevista..
Voltei para casa com a alma chorosa.
Para a seleção brasileira o jogo havia acabado e o sonho de estar no topo,
adiado. Mas a minha partida e a de muitos outros jogadores anônimos continuava.
O tempo é de fato inexorável. O que nos resta é jogar e aguardar
a voz do TREINADOR nos mandando descer para o vestiário. Enquanto isso não acontece, Olé!!!
Fernando
D’Ávila
02/08
Um dia de MERDA!
CONTO: Trata-se de uma narrativa curta, densa, com poucas personagens e um único conflito, que se resolve em pouco tempo. O espaço também é definido, reduzido. Geralmente apresenta narrador-onisciente.
Aeroporto Santos Dumont, 15:30 . Senti um pequeno mal estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma urinada ou uma barrigada não aliviasse Mas, atrasado para chegar ao ônibus que me levaria para o Galeão, de onde partiria o vôo para Miami, resolvi segurar as pontas . Afinal de contas são só uns 15 minutos de busão. ” Chegando lá, tenho tempo de sobra para dar aquela mijadinha esperta, tranqüilo .” O avião só sairia as 16:30.
Entrando no ônibus, sem sanitários . Senti a primeira contração e tomei consciência de que minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no banheiro do aeroporto. Virei para o meu amigo que me acompanhava e, sutil, falei: “Cara, mal posso esperar para chegar na merda do aeroporto porque preciso largar um barro”
Nesse momento, senti um urubu beliscando minha cueca, mas botei a força de vontade para trabalhar e segurei a onda . O ônibus nem tinha começado a andar quando, para meu desespero, uma voz disse pelo alto falante:
“Senhoras e senhores, nossa viagem entre os dois aeroportos levará em torno de 1 hora, devido à obras na pista .” Aí o urubu ficou maluco querendo sair a qualquer custo. Fiz um esforço hercúleo para segurar o trem merda que estava para chegar na estação ânus a qualquer momento. Suava em bicas. Meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para tirar um sarro. O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais, indicando que pelo menos por enquanto as coisas tinham se acomodado. Tentava me distrair vendo TV mas só conseguia pensar em um banheiro, não com uma privada, mas com um vaso sanitário tão branco e tão limpo que alguém poderia botar seu almoço nele . E o papel higiênico então: branco e macio, com textura e perfume e, ops, senti um volume almofadado entre meu traseiro e o assento do ônibus e percebi, consternado, que havia cagado .
Um cocô sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que da vontade de ligar pros amigos e parentes e convidá-los a apreciar na privada . Tão perfeita obra, dava pra expor em uma bienal .
Mas sem dúvida, a situação tava tensa . Olhei para o meu amigo, procurando um pouco de solidariedade, e confessei sério : ” Cara, caguei.” Quando meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou – me a relaxar, pois agora estava tudo sob controle . ” Que se dane, me limpo no aeroporto ” – pensei . “Pior que isso não fico .” Mal o ônibus entrou em movimento, a cólica recomeçou forte . Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira mas não pude evitar, e sem muita cerimônia ou anunciação, veio a segunda leva de merda . Desta vez, como uma pasta morna.
Foi merda para tudo que e lado, borrando, esquentando e melando a bunda, cueca, barra da camisa, pernas, panturrilha, calças, meias e pés . E mais uma cólica anunciando mais merda, agora líquida, das que queimam o fiofó do freguês ao sair rumo a liberdade . E depois um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar, afinal de contas o que era um peidinho para quem já estava todo cagado . Já o peido seguinte, foi do tipo que pesa . E me caguei pela quarta vez .
Lembrei de um amigo que certa vez estava com tanta caganeira que resolveu botar modess na cueca , mas colocou as linhas adesivas viradas para cima e quando foi tirá-lo levou metade dos pelos do rabo junto . Mas era tarde demais para tal artifício absorvente . Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia me ajudar a limpar a sujeirada .
Finalmente cheguei ao aeroporto e saindo apressado com passos curtinhos, supliquei ao meu amigo que apanhasse minha mala no bagageiro do ônibus e a levasse ao sanitário do aeroporto para que eu pudesse trocar de roupas.
Corri ao banheiro e entrando de boxe em boxe, constatei a falta de papel higiênico em todos os cinco . Olhei para cima e blasfemei: “Agora chega, né ?” Entrei no último, sem papel mesmo, e tirei a roupa toda para analisar minha situação (que conclui como sendo o fundo do poço ) e esperar pela minha salvação, com roupas limpinhas e cheirosinhas e com ela uma lufada de dignidade no meu dia .
Meu amigo entrou no banheiro com pressa, tinha feito o ” check-in ” e ia correndo tentar segurar o vôo . Jogou por cima do boxe o cartão de embarque e uma maleta de mão e saiu antes de qualquer protesto de minha parte . Ele tinha despachado a mala com roupas . Na mala de mão só tinha um pulôver de gola “V”. A temperatura em Miami era de aproximadamente 35 graus .
Desesperado comecei a analisar quais de minhas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis . Minha cueca , joguei no lixo . A camisa era história . As calças estavam deploráveis e assim como minhas meias, mudaram de cor tingidas pela merda . Meus sapatos estavam nota 3, numa escala de 1 a 10
Teria que improvisar . A invenção é mãe da necessidade, então transformei uma simples privada em uma magnifica máquina de lavar . Virei a calça do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a parte atingida na água..
Comecei a dar descarga até que o grosso da merda se desprendeu . Estava pronto para embarcar . Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direção ao portão de embarque trajando sapatos sem meias, as calcas do lado avesso e molhadas da cintura ao joelho (não exatamente limpas) e o pulôver gola “V”, sem camisa . Mas caminhava com a dignidade de um lorde.
Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam esperando ” O RAPAZ QUE ESTAVA NO BANHEIRO” e atravessei todo o corredor até o meu assento, ao lado do meu amigo que sorria . A aeromoça aproximou-se e perguntou se precisava de algo . Eu cheguei a pensar em pedir 120 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante e uma gilete para cortar os pulsos, mas decidi não pedir: ” Nada , obrigado . Eu só queria esquecer este dia de merda !!! “
OBS: NÃO SE SABE AO CERTO QUEM É O AUTOR DESSE CONTO. ATRIBUIU-SE A AUTORIA A LUIZ FERNANDO VERÍSSIMO, MAS É POUCO PROVÁVEL QUE UM ESCRITOR DESSA MESTRIA TENHA ESCRITO TAL ODISSÉIA.
Entrando no ônibus, sem sanitários . Senti a primeira contração e tomei consciência de que minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no banheiro do aeroporto. Virei para o meu amigo que me acompanhava e, sutil, falei: “Cara, mal posso esperar para chegar na merda do aeroporto porque preciso largar um barro”
Nesse momento, senti um urubu beliscando minha cueca, mas botei a força de vontade para trabalhar e segurei a onda . O ônibus nem tinha começado a andar quando, para meu desespero, uma voz disse pelo alto falante:
“Senhoras e senhores, nossa viagem entre os dois aeroportos levará em torno de 1 hora, devido à obras na pista .” Aí o urubu ficou maluco querendo sair a qualquer custo. Fiz um esforço hercúleo para segurar o trem merda que estava para chegar na estação ânus a qualquer momento. Suava em bicas. Meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para tirar um sarro. O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais, indicando que pelo menos por enquanto as coisas tinham se acomodado. Tentava me distrair vendo TV mas só conseguia pensar em um banheiro, não com uma privada, mas com um vaso sanitário tão branco e tão limpo que alguém poderia botar seu almoço nele . E o papel higiênico então: branco e macio, com textura e perfume e, ops, senti um volume almofadado entre meu traseiro e o assento do ônibus e percebi, consternado, que havia cagado .
Um cocô sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que da vontade de ligar pros amigos e parentes e convidá-los a apreciar na privada . Tão perfeita obra, dava pra expor em uma bienal .
Mas sem dúvida, a situação tava tensa . Olhei para o meu amigo, procurando um pouco de solidariedade, e confessei sério : ” Cara, caguei.” Quando meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou – me a relaxar, pois agora estava tudo sob controle . ” Que se dane, me limpo no aeroporto ” – pensei . “Pior que isso não fico .” Mal o ônibus entrou em movimento, a cólica recomeçou forte . Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira mas não pude evitar, e sem muita cerimônia ou anunciação, veio a segunda leva de merda . Desta vez, como uma pasta morna.
Foi merda para tudo que e lado, borrando, esquentando e melando a bunda, cueca, barra da camisa, pernas, panturrilha, calças, meias e pés . E mais uma cólica anunciando mais merda, agora líquida, das que queimam o fiofó do freguês ao sair rumo a liberdade . E depois um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar, afinal de contas o que era um peidinho para quem já estava todo cagado . Já o peido seguinte, foi do tipo que pesa . E me caguei pela quarta vez .
Lembrei de um amigo que certa vez estava com tanta caganeira que resolveu botar modess na cueca , mas colocou as linhas adesivas viradas para cima e quando foi tirá-lo levou metade dos pelos do rabo junto . Mas era tarde demais para tal artifício absorvente . Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia me ajudar a limpar a sujeirada .
Finalmente cheguei ao aeroporto e saindo apressado com passos curtinhos, supliquei ao meu amigo que apanhasse minha mala no bagageiro do ônibus e a levasse ao sanitário do aeroporto para que eu pudesse trocar de roupas.
Corri ao banheiro e entrando de boxe em boxe, constatei a falta de papel higiênico em todos os cinco . Olhei para cima e blasfemei: “Agora chega, né ?” Entrei no último, sem papel mesmo, e tirei a roupa toda para analisar minha situação (que conclui como sendo o fundo do poço ) e esperar pela minha salvação, com roupas limpinhas e cheirosinhas e com ela uma lufada de dignidade no meu dia .
Meu amigo entrou no banheiro com pressa, tinha feito o ” check-in ” e ia correndo tentar segurar o vôo . Jogou por cima do boxe o cartão de embarque e uma maleta de mão e saiu antes de qualquer protesto de minha parte . Ele tinha despachado a mala com roupas . Na mala de mão só tinha um pulôver de gola “V”. A temperatura em Miami era de aproximadamente 35 graus .
Desesperado comecei a analisar quais de minhas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis . Minha cueca , joguei no lixo . A camisa era história . As calças estavam deploráveis e assim como minhas meias, mudaram de cor tingidas pela merda . Meus sapatos estavam nota 3, numa escala de 1 a 10
Teria que improvisar . A invenção é mãe da necessidade, então transformei uma simples privada em uma magnifica máquina de lavar . Virei a calça do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a parte atingida na água..
Comecei a dar descarga até que o grosso da merda se desprendeu . Estava pronto para embarcar . Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direção ao portão de embarque trajando sapatos sem meias, as calcas do lado avesso e molhadas da cintura ao joelho (não exatamente limpas) e o pulôver gola “V”, sem camisa . Mas caminhava com a dignidade de um lorde.
Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam esperando ” O RAPAZ QUE ESTAVA NO BANHEIRO” e atravessei todo o corredor até o meu assento, ao lado do meu amigo que sorria . A aeromoça aproximou-se e perguntou se precisava de algo . Eu cheguei a pensar em pedir 120 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante e uma gilete para cortar os pulsos, mas decidi não pedir: ” Nada , obrigado . Eu só queria esquecer este dia de merda !!! “
OBS: NÃO SE SABE AO CERTO QUEM É O AUTOR DESSE CONTO. ATRIBUIU-SE A AUTORIA A LUIZ FERNANDO VERÍSSIMO, MAS É POUCO PROVÁVEL QUE UM ESCRITOR DESSA MESTRIA TENHA ESCRITO TAL ODISSÉIA.
RÍMEL SECA?
Marijane, Tereza e Fernanda são três
professoras espetaculares. Bem articuladas, jovens, bonitas e bem sucedidas
profissionalmente e na vida pessoal. As três têm um senso de humor formidável,
principalmente a professora de biologia, Fernanda. Adora rir de coisas “mal
feitas”.
Um dia, no intervalo das aulas, enquanto eu
corrigia um texto, ouvi uma pergunta, no mínimo, intrigante. Voltei à realidade
com uma delas perguntando a outra: “Seu rímel seca?” Confesso que achei muito engraçado o
questionamento. A adolescente adormecida despertara com força total. Aquela
dúvida precisava ser sanada, senão ela faria análise para o resto de sua
existência. Olhei rapidamente e havia
uma ruga de preocupação em sua testa. A pergunta causava ecos, reverberava em
minha cabeça: “Seu rímel seca, seca, seca, seca....?”
Ri por dentro e por fora e confesso que
fiquei feliz pela inocência de sua pergunta pueril. Quais seriam as outras dúvidas que martelariam
aquele cérebro encantadoramente feminino?
Fiquei imaginando a voz rouca de Tereza com
um forte sotaque carioquês perguntando:
“Seu
isssmalte dissscascan?”
“Quantas
vezes você desbasta sua sobrancelha?”
“AI, menina,
num agüento essa dor no meu joanete.”
Coisas do universo feminino que soam tão
triviais aos ouvidos masculinos.
O que faz
uma mulher ficar sentada em uma cadeira de cabeleireiro por horas com os pés
mergulhados em uma bacia com água e sabão, pedaços de algodão no vão dos dedos,
cabelo dividido ao meio lembrando a figura bizarra do Bozo ou da vovó Mafalda?
A hora da
escova mais parece uma sessão tortura. Pequenas madeixas divididas por piranhas
(que se diga de passagem, são muito feias e de extremo mau gosto). Elas jamais
teriam a ousadia de sair assim às ruas, mas dentro do salão é como se
estivessem em sua própria casa. Aquele motorzinho do secador borrifando um
vento quente parecendo uma boca de lobo em época de inverno, queimando o couro
cabeludo e fazendo as mulheres puxarem a cabeça como se estivessem dormindo de
mal jeito.
Ah,
mulheres. Deus conhecia sua vaidade e por isso as criou com essa alma sensível
e narcisa.
Voltando à
Tereza, ficamos todos sorrindo de sua pergunta e então ouvi Marijane dizendo:
“Quer ver como o Fernando já vai escrever alguma coisa sobre o fato?” Acertou,
minha amiga. Escrevi, viajei, mas não descobri ainda se rímel seca. Você que é
mulher e vaidosa, seca ou não?
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